quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Novos filmes de grandes diretores
A troca – Esta obra é mais uma prova que Clint Eastwood é o melhor contador de histórias do atual cinema americano. O filme flui fácil e tem um ritmo admirável com aquela cadência típica do diretor. Que maravilha poder ver em multiplexes um filme encharcado de referências e amor ao cinema clássico (especialmente os melodramas da década de 50). Angelina Jolie não compromete e chega a ter um desempenho excepcional em algumas cenas. É claro que o filme passa longe de ser o melhor dele, mas é tão autêntico e coerente com a trajetória de Clint que chega a emocionar. Agora aqui vai um aviso àqueles expectadores de estomago fraco: Apesar da estrutura de um melodrama clássico, “A troca” é na verdade um filme de horror, e tem algumas das cenas mais impressionantes que eu vi no cinema neste ano. Avaliação: 8.5
O curioso caso de Benjamin Button – Estava esperando muito deste novo filme de David Fincher (dos ótimos “clube da luta” e “seven”), mas acabei me decepcionando. Aqui ele conta a história de um homem que misteriosamente vive seu ciclo de vida ao contrario, rejuvenescendo ao invés de envelhecer. O filme foi adaptado de um conto clássico de Scott Fritzgerald, mas me parece deveria ter sido dirigido por um cineasta com mais intimidade com o fantástico (Tim Burton seria uma boa pedida). Nas mãos de Fincher o filme acaba ficando excessivamente óbvio e não oferece nenhum desafio ao expectador. Durante as quase três horas de duração do filme, somos obrigados a ouvir reiteradamente a mesma mensagem sobre a mutabilidade da vida. Eu até concordo com a idéia, mas ela poderia muito bem estar em um curta-metragem de 10 minutos. Avaliação: 6
Slumdog millionaire - Este filme acabou de ganhar os principais prêmios do Globo de Ouro 2009, além de outras premiações pelo mundo afora.“Slumdog Millionaire” conta a história de um órfão miserável das favelas de Mumbai, maior cidade da Índia que , misteriosamente, fica rico participando do programa Who Wants to Be a Millionaire. Agora, pra mim, toda essa badalação ao novo filme de Danny Boyle é um exagero absurdo! Será que as pessoas estão enlouquecendo? O filme até que é simpático, mas não é nem um dos melhores do Boyle, quanto mais um dos melhores do ano. Talvez o grande mérito da obra seja aliar o estilo eletrizante e extremamente visual de Boyle (muito influenciado por “cidade de deus”) a uma história de amor que segue os moldes dos filmes indianos produzidos em Bollywood. Mas nada disso disfarça a breguice e obviedade do filme, que ainda conta com um desfecho constrangedor. Avaliação: 6
Milk – Provavelmente o melhor e mais completo filme do ano, um trabalho primoroso do diretor Gus Van Sant (de “Elefante”) e do ator Sean Penn, que tem um desempenho extraordinário como Harvey Milk (o primeiro político homossexual assumido dos Estados Unidos), que foi assassinado por um político rival em 1978. Alias, é difícil comentar qualquer coisa do filme sem falar na interpretação inteligente, econômica e brilhante de Penn, que deverá ganhar todos os prêmios da categoria. Mas não é só ele que dá um show, James Franco também tem o melhor desempenho de sua carreira e Emile Hirsch prova ser um dos grandes atores de sua geração, apesar do pequeno papel no filme. Outro ponto forte da obra é a sua narrativa que mescla, de maneira orgânica, diversas imagens de arquivos da época com a história. O que acaba colaborando pra tornar o filme ainda mais denso e dramático. Gus Van Sant filma tudo com muita elegância e, somente no desfecho, mostra a sua conhecida assinatura ao incluir um longo plano onde a câmera acompanha o personagem pelas costas, pronto pro ataque. Se não é o melhor filme do ano, é no mínimo o mais corajoso e polêmico. E, por isso mesmo, IMPERDIVEL. Avaliação: 9
By Zé
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2 comentários:
Cara!!!Nota 6 pro "Curioso cas de..." é uma blasfêmia!!!!Hehehehe!!O filme é perfeito...acho que tim burton acabaria com a sensibilidade(o lado humano) que o filme reproduz, na minha opinião ele é um ótimo diretor porém acho que levaria esse filme pra outra esfera artística.Não a ideal segundo a minha leiga opinião!!
Fala Gui!!!Acho importante dizer que revi o filme ontem no cinema e tive uma impressão bem melhor dele..Ainda assim, continuo tendo minha implicância com alguns tiques publicitários do David Fincher e aquele clipe final é totalmente redundante e manipulador (Algumas pessoas são mães, algumas pessoas dançam, algumas pessoas BLÁBLÁBLÁ)..
Sem contar que algumas semelhanças do filme com "Forrest Gump" (escrito pelo mesmo roteirista)são bem irritantes..
Abraços
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